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Fotografia em Colódio em campo: Paraty!
“It´s Alive!” – Dr. Frankenstein
Nem sei se é isso mesmo que ele diz no romance quando monstro se levanta finalmente. Mas foi bem a nossa sensação quando percebemos que estávamos conseguindo fotografar em placa úmida de colódio fora de nosso lab na Casa Ranzini, mais exatamente nas ruas de Paraty!
O desafio de fotografar nas ruas do centro histórico durante o Paraty em Foco de 2013 já havia sido lançado em nossas conversas defumadas em produtos químicos já desde o começo do ano, e se reforçou com nossos primeiros passos de sucesso. Só que coisa vai e coisa vem, o tempo passa, o cronograma sofre e a coisa já tava sendo boicotada pela falta de menção. Mas no começo de agosto, impulsionados por consumo excessivo de café, nos animamos e num discurso digno de combate final de filme americano, renovamos o desafio e partimos pro “tá com medo, por que veio?”. Lá partimos Suzana, Fernando e eu.
A empreitada precisava de duas resoluções:
– Como montar e o que levar para um laboratório móvel
– Como entregar o ambrótipo para o cliente.
Para a montagem dos ambrótipos, conseguimos desenvolver um ótimo estojo em conjunto com a Molducenter. Já tem um post anterior contando tudo!
Nosso primeiro teste real para um lab móvel de colódio foi feito no começo de setembro de 2013 em Nazaré, que contamos em um outro post anterior. Em princípio, íamos apenas reproduzir o mesmo “setup” de materiais da viagem à Nazaré. Mas tínhamos que aperfeiçoar o método de lavagem final das placas e transporte delas de volta a base de operações, neste caso de Paraty, a pousada.
O maior problema mesmo foi que durante os dias finais antes da viagem, percebemos que nossos equipamentos não iam caber no carro, que agora era apenas um, com três pessoas e mais malas de roupa. Eita. Dá lhe reduzir embalagens, malas e nossa “caixa de papelão”. Ela passou de uma “suíte com varanda” para uma “caixa de sapato”, quase.
Para carregar as placas de vidro 4×5″ para o campo, fizemos um porta-placa com uma caixa de sorvete e espirais de plástico. Barato e funcional!
A experiência em campo é totalmente diferente da pratica em um laboratório fixo. Fora ter que carregar tudo e ter que trabalhar em uma caixa ao invés de uma sala, a temperatura e umidade oscilam bem mais trazendo problemas para os químicos. Tem também vento e poeira!
Realmente tivemos vários problemas em nossa aventura por Paraty, principalmente nas horas quentes do dia. O colódio secava muito rápido e o revelador ficou mais ativo. Conseguimos controlar a temperatura do revelador colocando-o numa maleta térmica com um pouco de gelo. Ao colódio, adicionamos mais éter e álcool, o que ajudou mas não resolveu totalmente. Apanhamos bastante.
A recompensa pelo trabalho adicional do lab móvel é poder fotografar em campo e fazer retratos de pessoas pelas ruas. Históricamente, foi a placa úmida que popularizou o fotógrafo itinerante, embora alguns calotipistas já tivessem tido bons resultados anteriormente. Mas, por incrível que pareça, o colódio úmido era mais fácil do que o calótipo úmido.
Seguem algumas imagens feitas durante nossa estadia em Paraty em Setembro de 2013. Clique nelas para vê-las maior.
E agora a galeria das imagens de nós fazendo o processo! Clique nas imagens para vê-las maior.
Para nossa boa surpresa, tivemos alguma publicidade espontânea, uma matéria nos colocando como destaque das atividades paralelas (Resumo: Paraty em Foco 2013) e também alguns segundos na matéria da TV Cultura sobre o festival, dá uma olhada lá no minuto 2:35 do video:
Segunda incursão: Festival de música Paraty Latino 2013
E não é que eu acabei voltando duas semanas depois para Paraty para o cobrir o festival de música latina organizado pelo Bourbon Street Music Club (SP)!
Tradicionalmente eu cubro os festivais do Bourbon com equipamento digital, mas resolvi tentar “ambrotipar” novamente nas pequenas oportunidades. Uma aquisição importante para esta viagem foi um tanque vertical para o banho de prata. Além de ocupar menos espaço, ele é vedado e pode ser transportado com a prata dentro, agilizando a montagem e desmontagem do lab móvel. Uhú! Desta vez sem a participação do Fernando Fortes e da Suzana, estava sozinho e tive que reduzir ainda mais o equipamento, optando por levar apenas material para fotografar em 4×5″ (10×12,7cm). Consegui reduzir tudo para:
- uma maleta dupla de plástico, que serviu também como quarto escuro.
- uma sacola com o pano opaco e a câmera 4×5″
- tripé
- Mala de apoio com material que ficou no quarto de hotel
Consegui fotografar um pouco até o começo da tarde quando começavam os shows. No palco da tarde, tentei com algum sucesso fazer retratos dos músicos no backstage e também no palco. Grande experimentação!
Uma decoberta boa durante as fotos que fiz nas margens do canal, logo no começo, foi que grande parte do problema que eu estava tendo com as placas de colódio secarem muito rápido tinha mais a ver com o vento do que com a temperatura, a qual eu culpei na primeira viagem. Aplicar o colódio protegido pelo pano opaco complicou um pouco o procedimento mas, protegidas do vento, as placas ficaram muito melhores!
Seguem algumas das imagens feitas durante a segunda viagem a Paraty. Clique nas imagens para vê-las maior.
Foram duas grandes aventuras que só deu mais vontade de sair viajando e fotografando em placa úmida de colódio! Qual será o próximo destino?!
Grande abraço,
Roger Sassaki
Comentários
2 respostas para “Fotografia em Colódio em campo: Paraty!”
muito legal tudo isso que vcs estão fazendo. Love iú all!
Muito obrigado Antônia!
Abraços
Roger Sassaki
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