Seu carrinho está vazio no momento!
Ufa! Já começo o post contando o final: deu certo!
Umas duas semanas atrás, começamos Fernando Fortes e eu, a pesquisar a técnica de se produzir imagens negativas em papel, conhecida como calótipo. É uma técnica do início da vida da fotografia, atribuída ao inglês Fox Talbot e aprimorada por diversos outros depois dele como Guillot-Saguez e Gustave Le Gray. Hoje, juntamos todas as nossas anotações, químicos, vidrarias, e fizemos o primeiro teste “mão-na-massa” no laboratório.
Resolvemos seguir por hora os procedimentos indicados por Alan Greene em seu livro Primitive Photography: A Guide to Making Cameras, Lenses, and Calotypes. Embora eu publique trechos e fórmulas deste livro, quem se interessar, é melhor adquirir uma cópia. Muito bem escrito e pesquisado, porém em inglês.
O processo de se fazer o calótipo é basicamente:
- Preparar o papel com uma solução de Iodização. Secar.
- Preparar p papel com uma solução de sensibilização. Colocar no chassi. Fotografar.
- Revelar em solução de ácido gálico. Enxaguar.
- Fixar em solução de Tiossulfato de Sódio.
- Lavagem.
O próximo passo depois disso ainda não fizemos. É preciso encerar, com cera de abelha, os negativos para poderem ser usados. Próximo desafio!
Bom, escolhemos as soluções de iodização e sensibilização nº1 (veja na seção de Fórmulas Úteis). Preparamos os químicos e escolhemos o papel para o processo. Tínhamos separado algumas opções de papel disponíveis no mercado (as referências encontradas em sites internacionais não são vendidas no Brasil) mas começamos com a que apostamos mais e que parece que é a que dá certo e vamos continuar investigado: Canson Vegetal 92,5gsm.
Iodizar e Sensibilizar o papel é meio complicado pois a fina folha se enrola toda quando flutuada nas soluções. Certamente é algo que necessita de um pouco de prática. Após sensibilzarmos a folha, ela é colocada ainda úmida em um “sanduíche” de vidro e colocada no chassi fotográfico, protegida da luz.
Como já era final da tarde (isso tudo demoooora) e em São Paulo o Sol se esconde rapidamente atrás dos prédios, corremos com a grande câmera 4×5 até o viaduto da rua Conselheiro Furtado. Em direção a Zona Leste, o Sol ainda iluminava com força a Av. Radial Leste e os prédios no horizonte. Os calótipos não têm um ISO definido. Muitas variáveis podem influenciar na sensibilidade do papel e um tanto ainda pode ser controlado na revelação. O importante é acertar o melhor possível. Assim, baseados em uma tabela de exposições sugeridas, olhamos o fotômetro dando EV 14.5 e chutamos um tempo de 8 minutos de exposição com abertura de f/5.6.
Feita a foto, é preciso correr de volta para o laboratório para começar o processo de revelação antes que o papel seque. A revelação em ácido gálico leva de 10 a 20 minutos, esta levou 15, e a imagem aparece lentamente lá pros 3 minutos. Foi nessa hora que ficamos animados por que apareceu alguma coisa!
E depois de revelado, fixado e lavado (bastante!), eis a imagem resultante:
Essa reprodução foi feita fotografando o calótipo em uma mesa de luz. Ele ainda não foi “encerado”. O enceramento visa deixar o papel ainda mais transparente, aumentando a definição e contraste do negativo.
Bom, estamos empolgado para continuar nossas fotografias em calótipos.
Abraços,
Roger
Deixe uma resposta