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Nos dias 6 e 7/03/2013 nós fomos convidados pelo fotógrafo e professor Kenji Ota a demonstrar a fotografia em calótipo para os seus alunos do 5º semestre do Bacharelado em Fotografia do Senac-SP. Grande honra ser convidado pelo Kenji, um grande artista e mestre consagrado na fotografia! Lá fomos nós, Fernando Fortes, Ligia Minami e eu.
Nós tivemos que fazer duas apresentações, uma para os alunos do período da manhã e outra para os do período noturno. A demonstração incluiu todo o processo de sensibilização do papel, preparação da câmera, captura e revelação. Não deu tempo de encerar o negativo e nem de fazer uma cópia em papel. Para nós, a turma da manhã seria fácil pois fotografaríamos com a luz do sol. Já a noite, não sabíamos muito bem o que aprontar. Mas, como o calótipo sempre nos surpreende, a situação foi bem diferente.
Chegamos dia 6 logo cedo e começamos a preparar novas soluções químicas de iodização e sensibilização (ambas #1 de Alan Greene). Contamos um pouco do contexto histórico dos calótipos e mostramos alguns negativos feitos por nós. Logo sensibilizamos duas folhas de papel e saímos para fazer duas fotos da turma sob um escaldante sol direto, o sucesso era garantido. Mas durante após a revelação, uma surpresa: negativos torrados! 🙁
Esta certo que o Fernando Fortes se empolgou um pouco e revelou por uma meia hora (ao invés do usual 8-15 minutos), mas mesmo assim estava muito estranho. Fomos para casa um pouco decepcionados e pensativos. Como não sou bom pra escrever mistério, já vou falando o que era: Esquecemos de “amaciar” o sensibilizador (banho de prata)! Toda solução nova tem que ser “enfraquecida” com algumas gotas do iodizador. :/
Foi assim que começamos o segundo dia de demonstração, consertamos nosso sensibilizador e partimos para fazer uma foto teste. Como era noite, nossa única fonte de luz possível para termos um tempo de exposição razoável (para que terminássemos a foto antes da formatura dos alunos.. ) era utilizar as mesas de luz UV, ítem praticamente obrigatório para quem faz processos fotográficos históricos. Felizmente o Senac tem 3 mesas UV, duas com lâmpadas BL (UV brancas) e uma com lâmpadas BLB (UV azuis).
- Dados do calótipo 1
- Fotometria:
- não medida
- Abertura:
- f/4.5
- Dist. Focal:
- 240mm
- Tempo de exposição:
- 15 minutos
- Tempo de revelação:
- 8 minutos
- Papel:
- Canson Marquer
Com este teste bem sucedido, sensibilizamos mais duas folhas para as fotos “para valer”. Nesta hora, o Kenji Ota estava empolgado montando o cenário com o boneco que encontrou em alguma sala do Senac. Aliás, adoramos o boneco!
- Dados do calótipo 2
- Fotometria:
- não medida
- Abertura:
- f/4.5
- Dist. Focal:
- 240mm
- Tempo de exposição:
- 15 minutos
- Tempo de revelação:
- 8 minutos
- Papel:
- Canson Marquer
Durante as longas exposições, aproveitamos para explicar um pouco também sobre os negativos digitais, que são imagens impressas em transparência plástica. É um jeito ótimo para transferir imagens editadas no computador para os suportes diversos dos processos históricos como cianótipo, papel salgado e até papel de gelatina de prata. Levamos exemplos dos passos para se escolher a cor base do negativo e de como linearizar o processo. É um método bem interessante e logo mais vai pintar em forma de curso por aqui. 🙂
- Dados do calótipo 3
- Fotometria:
- não medida
- Abertura:
- f/4.5
- Dist. Focal:
- 240mm
- Tempo de exposição:
- 25 minutos
- Tempo de revelação:
- 8 minutos
- Papel:
- Canson Vegetal 90gsm
E assim acabou nossa demonstração de calótipos modernos, já passavam das 22h e poucos alunos resistiram até o final. Ficamos super contentes com o resultado e honrados de construir uma imagem junto com o Kenji Ota.
Queremos agradecer profundamente o convite e a oportunidade dada. Muito obrigado ao Kenji Ota, Fernanda Romero, Patricia Yamamoto e aos assistentes do Senac.
Grande abraço,
Roger Sassaki
— Seguem algumas imagens feitas durante os dois dias:
Comentários
6 respostas para “Demonstrando calótipos para os alunos do Senac”
Demais!
Mas a verdadeira estória da foto1 foi a seguinte : Em um momento de rara oportunidade Fernando Fortes, Roger Sassaki e Lígia Minami conseguiram captar a breve aparição de um alienígena no laboratório de processos históricos do senac. Tudo o que sabe sobre este ser é que ele surgiu repentinamente das emanações dos raios U.V e penetrou nas camadas de iodeto de prata.
Este registro certamente ficará arquivado como mais um dos fatos fantásticos na história da fotografia.Um alienígena que chegou por um portal cósmico intergaláctico… e viva o fantástico na fotografia!!!
Registro raro de alienígenas da/na fotografia.
Vocês são pessoas especiais e não é a toa que o boneco tenha vindo pelas mãos do mestre.
Poesia em andamento.
Fátima RoqueEu pretendo ter aulas dessa técnica. Sou aquarelista, gosto da luz e sombra quero entrar no processo dos ácidos.
Podem me informar sobre cursos?
Grata
Regina Gulla
http://www.bosquesonhador.wordpress.comOlá Regina,
Veja essa nova turma de calótipo que abrimos: https://www.imagineiro.com.br/fotografia-em-negativo-de-papel-calotipo-com-fernando-fortes-e-roger-sassaki/
Espero que se interesse!
Abs!
Eu pretendo ter aulas dessa técnica. Sou aquarelista, gosto da luz e sombra quero entrar no processo dos ácidos.
Podem me informar sobre cursos?
Grata
Regina Gulla
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